O Secretariado Provincial de Cabinda da Juventude Patriótica, braço juvenil da CASA-CE, arrasa – em comunicado – Miguel Nzau Puna, dizendo que os jovens não são galinhas poedeiras (de ovos de ouro) da Cidade Alta. Eis, na íntegra o comunicado da JPA/Cabinda:
“A companhamos com veemência as afirmações de um nacionalista cabinda, o famoso político Miguel Nzau Puna, aquando da sua última participação na comitiva de deputados do MPLA às terras de Cabinda, no acto de Massas ocorrido em Lândana, Cacongo (Cabinda), 25 de Outubro de 2016, onde, durante a sua longa exposição revestida de incertezas e bajulações, referiu-se à juventude Binda de abster-se em relação a todas as promessas enganosas e falaciosas de A, B ou C, como queiram perceber.
Ao que tudo indica e à luz do conhecimento, sabemos que o carácter histórico e social do psiquismo humano reside na capacidade que esta possui em transmitir e educar outras gerações. A nossa indignação recai justamente no pensamento demagógico deste nacionalista que, ao que tudo indica, forja um sentimento ao expelir afirmações de azedume no que toca ao sentimento que a juventude tem em relação à sua pátria e escolha.
Num mundo actual, actualizado e bem democratizado apesar de esta estar ainda guarnecida pelos tabus e interpretações Mpelistas, para dar a cara e deixar aos seus concubinos dos embustes usados quando o assunto refere-se a Cabinda, julgamos nós que é tempo de se destaparem cortinas e cortinados e deixar que esta nova geração interprete e faça o juízo de valor daquilo que foi a actuação dos ‘‘cotas’’ Cabindas neste enredo todo.
Se prestarmos atenção e se realmente nos importarmos com os factos, chegaremos à conclusão de que quer o chefe de estado angolano, tal como o MPLA, politicamente falando, já não têm a mínima vontade de reverem a questão de Cabinda, pois, a busca de inter(locutores) da sua conveniência, tem sido o modus operandi. Por outro, os Cabindas que se aliaram à luta de libertação de Angola com Neto, primeiro presidente de Angola, fizeram-no sem a mínima noção de senso e responsabilidade e, ao que tudo indica, sem a mínima responsabilização dos contornos que a sua cegueira política iria acarretar para esta juventude actual, a que ele diz para abster-se de todas as políticas e promessas enganosas de A, B ou C.
Mesmo a eles que se determinaram na luta pela UNITA, só teriam a certeza de estarem a ser mantidos se o Dr. Savimbi fosse ao poder e nada fizesse para concretizar a sua vontade em relação à sua identidade e pátria. Muito pelo contrário, ao aperceberem-se de que nada teriam, foram os primeiros a abandonar o pronunciado barco em vias de naufragar para se contentarem com os mais míseros abonos da política Eduardista, com acomodações e pastas de contentamento pessoais, fazendo como se fossem, quando nunca o foram e talvez, nunca o serão.
Neste resumo visionário, percebe-se que os primeiros a serem enganados como ele mesmo reconheceu na sua colocação distorcida de verdades e repleta de inverdades, que estes cotas estão mesmo determinados em continuar a desviar os outros, tal como fizeram na sua era, agora querem lançar a semente da sua ira enraizada para que se perpetuem as suas intenções e matem o desejo de sonhar que a carta magna concede a todos os povos por mais míseros que sejam.
Ao ser assim, julgamos estar no direito de chamar atenção à juventude Cabinda e ao povo Binda que, numa altura em que as nossas idiossincrasias e visões políticas estão determinadas em avaliar os projectos políticos de A, B ou C, o direito de escolha e opção, não podem ser determinados por X ou Y, principalmente, quando sabemos que estas incógnitas vendem a sua imagem ao custo da pobreza maioritária.
Todos eles já se acomodaram aos manjares da Cidade Alta e o que lhes interessa, é verem seu pão amanteigado sempre e sempre, enquanto este povo abandonado, espoliado, martirizado, coleccionador de frustrações de todo o tipo e tamanho, sofre, sofreu e pelo que tudo indica, continuará a sofrer se estes políticos acabados e desatentos continuarem a querer influenciar a mente das futuras gerações.
Convidem-no a ele e aos demais que venham auscultar do povo que sofre e sente na pele as mais insensatas políticas deste regime que os acolheu e lhes deu uma almofada de pelos fofos, na qual repousa seu cinismo político e jaz o seu pensamento moribundo e envenenado, sobre o estado actual de Cabinda que o ‘‘velho caduco’’ reconheceu sem vergonha, ser a única cidade de Angola sem nenhuma centralidade, quando em abono da verdade, foi a primeira a conhecer televisivamente falando, a maqueta duma centralidade que seria erguida no Yabi, a qual, aos meus 25 anos assisti e vi claramente visto e com os meus olhos de ver que a terra há-de comer.
Agora, com quase 42 anos, vejo uma imagem moribunda, duma cidade quase escombrada sem vias asfaltadas, lixo, miséria perpétua no seio das populações que continuam a ser usadas em benefícios da Cidade Alta porque Cabinda e os Cabindas continuam a ser considerados de galinhas poedeiras no círculo Angolano.
Esta juventude que eles pensam estar distraída, sem eira nem beira, segundo o seu pensamento, já está suficientemente madura e ao que tudo indica, está mais sábia e intelectualmente esclarecida no que é política e o que mais serve e interessa aos cabindas.
Nossa inquietação continua a ser a seguinte: apercebendo-se de que foram coagidos a lutar em comum para depois ver o que é de cada um, como foi possível voltar a aliar-se a quem te enganou, enganou o teu povo e ainda queres que a juventude continue a ser enganada por este mesmo regime? Não achas que a juventude actual, mais lúcida e esclarecida, trilhe por caminhos que façam com que o antónimo de engano seja encontrado e que democraticamente falando, tenha uma voz? Quem afinal engana quem?
Será que estamos a viver o dilema de mentidos e mentirosos ou ainda, lapidadores dos enganos e embustes que mais sabem vender a este povo? Onde pára o nacionalismo Cabinda que nasceu convosco? O mesmo já se reverteu aos mais insanos desejos do vosso magno e sumo-sacerdote?
Teríamos uma síntese conclusiva para terminar o nosso pensamento em torno deste episódio perpetuado mais uma vez por alguém que se diz ser figura válida e de alta consideração para este povo mas com discursos similares, este povo e esta juventude não mais conta e nem contará daqui a uma década em todos aqueles que reverteram sua pele banhando de ouro à custa da vida, sacrifício dos cabindas aqui como noutras fronteiras.
O nosso recado é que vós não tendes mais sabedoria nem a capacidade e lucidez de traçar um destino que dais como selado para a juventude e futuras gerações. Sem antes terminarmos, repudiamos no mais ápice da vontade popular que o preço da vossa traição está sendo cobrado a cada dia que passa e que a juventude, manter-se-á firme até ao cúmulo das suas cruzes existenciais, acreditando que podem escrever direito por linhas tortas, àquilo que escrevestes torto por linhas direitas.”